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Probabilidade objetiva, subjetiva e aleatoriedade

Probabilidade objetiva, subjetiva e aleatoriedade

 

Você conhece a diferença entre probabilidade objetiva e subjetiva, amplamente utilizadas na análise de riscos? Você também conhece a relação entre aleatoriedade e probabilidade? Na maioria das vezes, nas escolas ensinamos a probabilidade objetiva, calculando frequências, mas na vida real muitas vezes enfrentamos problemas em que o cálculo de frequência não é possível porque as situações que enfrentamos não cumprem as premissas dos experimentos aleatórios.

Para ajudar a esclarecer esses três conceitos, vamos começar com dois exemplos possíveis do cotidiano empresarial, um em que podemos calcular probabilidades de forma objetiva e outro em que precisamos fazê-lo de forma subjetiva.

Probabilidade Objetiva

Um exemplo pode ser a previsão de falhas em uma rede elétrica. Imagine uma empresa de distribuição de energia elétrica que opera uma extensa rede de transmissão e distribuição. Com base em dados históricos de falhas, informações sobre o estado dos equipamentos, análise de desgaste e manutenção preventiva, é possível calcular objetivamente a probabilidade de falhas em diferentes componentes da rede, como transformadores, cabos ou postes. A empresa pode utilizar métodos estatísticos avançados, como a análise de confiabilidade de sistemas, para identificar padrões e estimar a probabilidade de falhas em determinados intervalos de tempo. Essa abordagem objetiva permite um planejamento adequado de manutenção, alocação de recursos e redução de riscos operacionais.

Probabilidade Subjetiva

Um exemplo de probabilidade subjetiva é a avaliação de riscos geopolíticos em uma organização global. Considere uma empresa multinacional que opera em vários países com ambientes políticos e sociais complexos e em constante mudança. Nesse caso, calcular probabilidades objetivas com base em dados históricos pode ser desafiador devido à falta de padrões claros ou informações confiáveis. Em vez disso, a organização deve recorrer à avaliação subjetiva dos riscos geopolíticos, levando em consideração a análise de especialistas em política internacional, informações de agências de inteligência, análise de cenários e percepções regionais. Essa abordagem subjetiva permite que a empresa tome decisões estratégicas com mais confiança, como entrar em novos mercados ou alocar recursos em regiões com maior ou menor estabilidade política.

Esses exemplos mostram como a gestão de riscos pode ser abordada de maneiras diferentes, dependendo da disponibilidade de dados e da natureza dos eventos analisados.

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Aleatoriedade

Quando lançamos um dado, não sabemos qual número vai sair; no entanto, se jogarmos uma pedra para o alto, temos certeza de que ela vai cair no chão. Ou seja, em alguns experimentos podemos saber o que vai acontecer, e em outros não.

  • Os experimentos em que não sabemos o que vai acontecer são chamados de experimentos aleatórios.
  • Já os outros, em que podemos prever o que vai ocorrer, são chamados de experimentos determinísticos.
  • Apenas para tornar mais compreensíveis os dois exemplos iniciais, consideramos importante esclarecer quais são as premissas mínimas para que os experimentos sejam considerados aleatórios:

  • Repetibilidade: O experimento deve ser repetível, ou seja, é possível realizar o mesmo experimento várias vezes em condições similares;
  • Independência: Os resultados de um experimento não devem influenciar os resultados de outros experimentos. Cada experimento deve ser realizado de forma independente;
  • Equiprobabilidade: Cada resultado possível do experimento deve ter a mesma probabilidade de ocorrer. Isso significa que todos os resultados têm as mesmas chances de serem obtidos;
  • Resultados mutuamente excludentes: Os resultados possíveis do experimento devem ser mutuamente exclusivos, o que significa que apenas um resultado pode ocorrer em cada tentativa do experimento;
  • Determinismo: As premissas de aleatoriedade devem ser aplicadas antes que o experimento ocorra, ou seja, não deve haver nenhum fator determinístico conhecido que influencie o resultado do experimento.
  • É importante destacar que nem todos os eventos da vida real cumprem essas premissas, o que torna o cálculo objetivo de frequências inviável em muitos casos. Nessas situações, a abordagem subjetiva pode ser mais adequada para avaliar e gerenciar riscos.

    Os experimentos em que não sabemos o que vai acontecer são chamados de experimentos aleatórios.

    Além das cinco premissas mencionadas anteriormente, existem outras premissas que podem ser consideradas ao avaliar se um experimento é considerado aleatório. Embora possa haver diferentes perspectivas sobre quais premissas são necessárias, algumas adicionais podem incluir:

  • Igualdade de condições iniciais: Os experimentos devem ser realizados em condições iniciais semelhantes ou iguais. Isso garante que não haja viés nas condições iniciais que possam afetar os resultados do experimento.
  • Ausência de viés de seleção: Os participantes ou amostras selecionados para o experimento devem ser escolhidos de forma aleatória e imparcial, sem nenhum viés ou preferência. Isso é importante para garantir que a amostra seja representativa da população em estudo.
  • Aleatoriedade na atribuição: Em experimentos em que há atribuição de tratamentos ou grupos de forma aleatória, é necessário garantir que a atribuição seja verdadeiramente aleatória, sem nenhum viés ou influência externa.
  • Ausência de influências externas significativas: Os resultados do experimento devem ser minimamente afetados por fatores externos que não estão sendo controlados ou considerados no contexto do experimento.
  • Essas premissas adicionais podem variar de acordo com o campo de estudo e o tipo de experimento em questão. É importante considerar o contexto específico do experimento ao avaliar se ele cumpre os critérios de aleatoriedade.

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    Os experimentos em que não sabemos o que vai acontecer são chamados de experimentos aleatórios.

    Em conclusão, a distinção entre probabilidade objetiva e subjetiva desempenha um papel fundamental na gestão de riscos. Enquanto a probabilidade objetiva se baseia em premissas de experimentos aleatórios, cálculos de frequências e dados históricos, a probabilidade subjetiva surge quando essas premissas não podem ser cumpridas. É importante reconhecer que nem todos os eventos da vida real se encaixam nas condições ideais para o cálculo objetivo de probabilidades. Portanto, a abordagem subjetiva, que incorpora conhecimento especializado, análise de cenários e percepções individuais, desempenha um papel crucial na tomada de decisões em situações complexas e incertas.

    Uma gestão de riscos eficaz requer uma compreensão adequada desses conceitos e a aplicação adequada de abordagens objetivas e subjetivas, adaptadas ao contexto específico de cada organização e desafio.