As organizações hoje operam num ambiente de negócios caracterizado por rápidas mudanças, complexidades crescentes e um grau de incerteza sem precedentes. Nesse cenário, a realização dos objetivos organizacionais e a implementação efetiva de estratégias dependem cada vez mais de uma gestão eficaz das incertezas, sobretudo as que trazem consigo riscos. O papel do gestor de riscos, ou Chief Risk Officer (CRO), torna-se, assim, um pilar crucial para o sucesso da organização. Através de sua visão estratégica e operacional, o CRO aumenta as chances de que a organização consiga não apenas sobreviver, mas prosperar, apesar das turbulências e atingir seus objetivos. Este artigo pretende explorar as complexidades desse papel vital, descrevendo as múltiplas competências e habilidades que são exigidas de um gestor de riscos eficaz.
I - A Arte da gestão de riscos: conhecimento e habilidades
I.1. Tomada de decisões em meio a incertezas
A tomada de decisões no contexto da incerteza é uma disciplina que tem raízes na teoria da decisão, que estuda as melhores estratégias sob diferentes cenários. Uma competência fundamental para o gestor de riscos é a capacidade de tomar decisões informadas quando os resultados são incertos. Isso requer uma compreensão profunda dos princípios de probabilidade e estatística, além de habilidades sólidas de avaliação de risco.
Por exemplo, num contexto como o setor de seguros, quando um desastre natural, como um terremoto ou furacão, ocorre, os gestores de riscos precisam ajudar a decidir se aumentam os prêmios de seguro ou se retiram completamente de certas áreas. Essa decisão requer uma avaliação cuidadosa de múltiplos fatores, incluindo a reação dos clientes, as implicações regulatórias e a exposição financeira.
Nos aprofundaremos mais nesse tema ao longo to texto.
I.2. Identificação de oportunidades e antecipação de riscos: uma abordagem integrada
A habilidade de identificar oportunidades enquanto antecipa e mitiga riscos é uma função vital na gestão de riscos. Esta competência não só ajuda na proteção contra possíveis perdas mas também facilita a exploração de novas possibilidades de crescimento e lucro. Para melhor compreensão, consideraremos duas teorias fundamentais e como elas se aplicam na prática: a análise SWOT e a Análise de Cenários Prospectivos.
Exemplo prático envolvendo a expansão para um novo mercado:
A combinação dessas duas abordagens proporciona uma avaliação abrangente e flexível das oportunidades e riscos associados à expansão para um novo mercado. Enquanto a análise SWOT fornece uma visão estática e imediata do ambiente de negócios, a análise de cenários prospectivos adiciona uma dimensão futura e dinâmica, permitindo uma tomada de decisão mais robusta e informada.
I.3. Desenvolvimento de estratégias de gestão de riscos
Os princípios e processos de gestão de riscos, como a identificação, análise, avaliação, tratamento, e monitoramento de riscos, formam a espinha dorsal das estratégias de gestão de riscos eficazes. Essas estratégias não são apenas abordagens reativas para responder a problemas à medida que surgem, mas também métodos proativos para prevenir riscos e criar oportunidades.
Nas empresas de prestação de serviços, a gestão de riscos adquire uma complexidade especial devido à natureza intangível dos serviços e às expectativas do cliente. Para exemplificar, considere uma empresa de consultoria em tecnologia. Um de seus principais riscos pode ser a satisfação do cliente com os projetos entregues. Sem uma estratégia de gestão de riscos, um projeto mal gerenciado pode levar a atrasos, custos excessivos e insatisfação do cliente.
A empresa pode, portanto, desenvolver uma estratégia de gestão de riscos que inclua a avaliação contínua das necessidades do cliente, monitoramento de prazos e orçamentos, controle de qualidade rigoroso e processos de feedback claros e eficientes. Esta abordagem integrada não apenas mitiga riscos, mas também pode transformar potenciais problemas em oportunidades de melhoria e crescimento.
A lição aprendida da crise financeira de 2008 também ressoa nesta área. Empresas que aplicaram estratégias robustas de gestão de riscos conseguiram navegar através da crise com relativa segurança. Na prestação de serviços, esta lição se traduz na necessidade de diversificação de clientes, a manutenção de padrões de qualidade elevados, e a adaptação rápida às mudanças nas necessidades do mercado e regulamentações.
Desenvolver e implementar estratégias eficazes de gestão de riscos, portanto, não é apenas uma boa prática de negócios, mas uma necessidade vital para qualquer organização que deseja ser resiliente e bem-sucedida no ambiente de negócios dinâmico e complexo de hoje. Isso é particularmente verdadeiro na área de prestação de serviços, onde a gestão de riscos adequada pode ser a diferença entre o sucesso contínuo e o fracasso.
A Gestão de Riscos é uma arte mesclada com ciência.
I.4. Criação e implantação de sistemas de gestão de riscos
A gestão de riscos moderna vai além da simples identificação e monitoramento de riscos. Requer a criação e implantação de sistemas e ferramentas robustos que não apenas controlam os riscos, mas também os integram na estratégia e operação da empresa. A capacidade de desenvolver e gerenciar esses sistemas complexos é uma competência vital para o gestor de riscos, que deve estar alinhado com padrões e melhores práticas internacionais.
A ISO 31000, uma norma internacional para gestão de riscos, destaca a importância de um sistema estruturado que inclua políticas, estratégia, estrutura, processos, planos, procedimentos e recursos para a gestão de riscos. Essa abordagem holística permite uma visão clara e unificada dos riscos em toda a organização.
Um exemplo prático seria a implementação de um sistema de gestão de riscos empresarial (ERM) em uma organização multinacional. Ao seguir as diretrizes da ISO 31000, o gestor de riscos pode criar um sistema que integra todos os aspectos do risco, desde a identificação e avaliação até o monitoramento e revisão contínua. Este ERM permitiria a gestão coordenada de riscos em diferentes departamentos e regiões, proporcionando uma resposta mais eficaz e alinhada às metas de negócio.
O Instituto de Auditores Internos (IIA) também enfatiza a importância de uma abordagem integrada à gestão de riscos. Em suas linhas de orientação, o IIA destaca três áreas-chave:
Ao seguir estas diretrizes e utilizar a abordagem da ISO 31000, um gestor de riscos eficaz pode criar e implementar um sistema de gestão de riscos que não apenas proteja a organização, mas também a posicione para aproveitar oportunidades e impulsionar o crescimento. Esta habilidade, combinada com um entendimento profundo do negócio e uma abordagem proativa e estratégica, coloca o gestor de riscos como uma peça central no sucesso organizacional.
I.5. Comunicação eficiente: competência essencial para o CRO
Na complexa teia de responsabilidades e desafios enfrentados por um Chief Risk Officer (CRO), a habilidade de se comunicar de maneira clara e eficiente emerge como uma competência essencial. A comunicação é uma ferramenta vital, tanto na transmissão verbal quanto na escrita, que permite ao CRO articular estratégias, explicar riscos, persuadir stakeholders e inspirar equipes. Vejamos alguns aspectos cruciais da comunicação eficiente na função do CRO:
Exemplo Prático: Imagine uma mudança regulatória significativa que afeta várias áreas de uma organização. O CRO precisa comunicar essa mudança a diversos departamentos, explicando suas implicações, guiando a implementação de controles necessários, e garantindo que todos entendam seus respectivos papéis e responsabilidades. Isso pode incluir apresentações para a liderança executiva, workshops para equipes operacionais e comunicação contínua durante a transição.
A comunicação eficiente é, portanto, uma habilidade multifacetada que permeia todos os aspectos da gestão de riscos. É através da comunicação que o CRO constrói relacionamentos, promove a compreensão, lidera mudanças e mantém a organização alinhada e informada. É uma competência que vai além da mera troca de informações, tornando-se uma poderosa alavanca para influência, colaboração e sucesso. Não é por acaso que a comunicação é reconhecida como uma etapa crucial no processo de gestão de riscos, sendo enfatizada na norma internacional ISO 31000. Essa norma destaca a importância de uma comunicação clara e eficaz entre todos os níveis de uma organização, tanto internamente quanto externamente, na identificação, análise e tratamento de riscos. A habilidade de comunicar efetivamente os riscos e oportunidades, portanto, não é apenas uma prática desejável, mas um padrão internacionalmente reconhecido na profissão de gestão de riscos.
II - A ciência da gestão de riscos: visão geral e orientação estratégica
Os gestores de riscos não são apenas guias, mas também tradutores de conceitos complexos. Eles precisam ter uma compreensão abrangente de uma variedade de disciplinas para orientar adequadamente as estratégias e processos da empresa.
II.1. Conhecimentos financeiros e econômicos
Um entendimento geral dos princípios financeiros e econômicos é vital. Não se espera que o gestor de riscos seja um economista ou financista, mas ele deve ser capaz de compreender como as condições econômicas e as variáveis financeiras podem influenciar os riscos enfrentados pela empresa.
Por exemplo, imagine uma organização que está avaliando um projeto significativo que requer um investimento substancial em controles para mitigar riscos. A empresa pode estar relutante em alocar recursos adicionais para os controles, mas um CRO habilidoso é capaz de analisar o cenário de investimento e apresentar um caso convincente. Ele poderia destacar que, embora o investimento em controles possa parecer alto à primeira vista, os potenciais impactos e consequências de não implementar esses controles poderiam ser dezenas de vezes maiores do que o investimento original. Ao calcular o retorno sobre o investimento (ROI) e contrastá-lo com os possíveis riscos, o CRO pode influenciar a liderança da necessidade de tal investimento, garantindo assim que a empresa esteja protegida contra riscos operacionais e estratégicos substanciais. Esse entendimento financeiro é crucial para tomar decisões bem informadas que estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da organização.
II.2 Tecnologia da informação e cybersegurança
No mundo cada vez mais digitalizado, ter um entendimento básico dos riscos associados à TI e à cibersegurança é imprescindível. O gestor de riscos deve estar familiarizado com as tendências tecnológicas emergentes e os princípios de segurança cibernética, mesmo que não seja um especialista no assunto. Além de orientar a área de TI, o CRO deve ser capaz de orientar a organização como um todo sobre os riscos que envolvem tecnologias e a forma como esses riscos podem ser gerenciados.
Um exemplo disso é o aumento dos ataques de ransomware. Um CRO eficaz deve ser capaz de trabalhar em conjunto com especialistas em segurança para desenvolver e implementar estratégias de prevenção, detecção e resposta a tais ameaças. No entanto, essa responsabilidade vai além de uma abordagem reativa; o CRO deve liderar uma cultura de conscientização em toda a organização, promovendo práticas seguras e políticas robustas. Além disso, o CRO precisa utilizar sistemas de apoio específicos para o processo de gestão de riscos, que ajudam na identificação, avaliação e monitoramento contínuo desses riscos. A integração dessas ferramentas tecnológicas, juntamente com uma visão proativa e estratégica, permite ao CRO criar um ambiente resiliente, onde a tecnologia é empregada de maneira segura e alinhada com os objetivos da organização.
O gestor de riscos deve estar familiarizado com as tendências tecnológicas.
II.3. Continuidade de negócios e recuperação de desastres (BCP e DRP)
Os gestores de riscos precisam entender os princípios fundamentais do planejamento da continuidade dos negócios (BCP) e da recuperação de desastres (DRP). Esses conceitos não são apenas vitais para a resiliência e a operação da empresa em situações de crise, mas também são integrados ao próprio processo de gestão de riscos. Enquanto o CRO pode não ser o especialista direto em BCP e DRP, ele deve ser capaz de colaborar e até liderar, se necessário, em um time multidisciplinar como o comitê de riscos e resiliência, que terá especialistas nessas áreas.
Veja, por exemplo, o impacto da pandemia da COVID-19 nas empresas. Em uma organização onde o CRO trabalha em estreita colaboração com os especialistas em BCP e DRP, a resposta à pandemia foi mais ágil e eficaz. Ao compreender os princípios de BCP e DRP, o CRO foi capaz de fornecer insights estratégicos, participar da tomada de decisão e, em alguns casos, liderar a implementação dos planos de continuidade de negócios. Essa abordagem colaborativa e multidisciplinar minimizou as interrupções e garantiu a continuidade dos serviços, ilustrando como a função do CRO, em algumas organizações, pode ir além da orientação direta e se estender à coordenação e liderança em complexas situações de crise.
III - Relatórios e análises de riscos para apoio à tomada de decisão
Uma das principais responsabilidades de um gestor de riscos é fornecer relatórios e análises precisas para auxiliar na tomada de decisão. Eles devem ser capazes de traduzir complexidades e incertezas em informações claras, relevantes e oportunas.
III.1. Apoiar tomada de decisões em meio a incertezas
Vamos aprofundar esse importante tema já abordado rapidamente no início do artigo. Tomar decisões bem fundamentadas em meio a incertezas é uma habilidade essencial em gestão de riscos. A complexidade e dinâmica do ambiente empresarial moderno frequentemente levam a situações onde decisões críticas devem ser feitas sem a disponibilidade completa de informações. Neste contexto, o gestor de riscos assume um papel crucial, não apenas na avaliação e gestão dos riscos, mas também na capacidade de navegar em território incerto. A literatura acadêmica e as melhores práticas do setor fornecem insights sobre como esse processo pode ser efetivamente conduzido.
Exemplo Prático: Durante o surgimento de uma nova regulamentação que afeta a indústria de prestação de serviços, os gestores de riscos podem encontrar-se em uma posição onde as informações completas sobre a implementação e impacto da regulamentação são incertas. Aplicando as abordagens acima, eles podem começar com uma análise bayesiana para avaliar os riscos iniciais, usar uma árvore de decisão para explorar diferentes cenários de conformidade, e aplicar a teoria dos jogos para entender como os concorrentes podem reagir. Essa combinação de técnicas permite uma avaliação abrangente das opções disponíveis e suporta a seleção da melhor estratégia de ação.
Resumindo, a capacidade de tomar decisões em meio a incertezas é uma habilidade essencial para o gestor de riscos moderno. O recurso a abordagens teóricas sólidas e a integração dessas teorias na prática diária pode facilitar a tomada de decisões informadas, mesmo nas situações mais complexas e incertas. Isso complementa a abordagem inicial apresentada na primeira seção do artigo, fornecendo uma visão mais profunda e enriquecida desta habilidade central na gestão de riscos.
Tomar decisões em meio a incertezas requer muita técnica e capacidade imaginativa.
III.2. Identificação de oportunidades
A gestão de riscos não se limita à prevenção e/ou mitigação de riscos. Ela envolve também o reconhecimento e a capitalização de oportunidades. Um bom gestor de riscos, ou CRO, tem o discernimento de identificar oportunidades "escondidas dentro dos riscos", transformando potenciais desafios em vantagens competitivas. Esta abordagem positiva e proativa pode ser uma ferramenta vital para a inovação, crescimento e sucesso de uma organização.
Vamos considerar um exemplo mais detalhado, ilustrando essa abordagem:
Imagine uma empresa que atua em um setor fortemente influenciado pela tecnologia e que está diante de uma inovação disruptiva em seu campo. Enquanto muitos na organização podem ver essa disrupção como uma ameaça iminente, um gestor de riscos experiente e perspicaz enxergará além.
A gestão de riscos não é apenas sobre evitar perdas; é também sobre identificar oportunidades.
Este exemplo destaca como o papel do gestor de riscos vai além do tradicional foco em prevenção e controle, para incluir uma visão estratégica e proativa. Em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e incerto, essa habilidade de identificar e capitalizar oportunidades pode ser um diferencial crítico na sustentabilidade e crescimento da organização.
III.3. Antecipação e controle de riscos
A antecipação e o controle de riscos são componentes essenciais na gestão de riscos e um dos aspectos centrais do papel de um gestor de riscos eficaz. Isso envolve não apenas a identificação de possíveis riscos, mas também a análise, prevenção e preparação para esses riscos antes que eles se materializem. O CRO deve combinar uma compreensão profunda do negócio, da indústria e do ambiente operacional para prever desafios futuros e tomar medidas proativas para evitar ou minimizar o impacto negativo, além de tentar potencializar os positivos como vimos no item anterior.
Vamos explorar isso através de um exemplo mais complexo e multifacetado:
Este exemplo ilustra como a antecipação e controle de riscos são processos dinâmicos e integrados que requerem uma combinação de habilidades analíticas, estratégicas e operacionais. Eles destacam a importância de um CRO que não apenas reage a situações de risco, mas ativamente as antecipa e cria estratégias proativas para assegurar que a organização continue alinhada com seus objetivos, mesmo em face de desafios imprevistos. É uma abordagem que enfatiza a resiliência, a preparação e a capacidade de se adaptar em um ambiente empresarial em constante mudança.
III.4. Estratégias de gestão de riscos: flexibilidade e adaptação
A gestão de riscos é um campo em constante evolução que exige uma abordagem estratégica e adaptável. A capacidade de um CRO de avaliar continuamente o ambiente de negócios, identificar mudanças, e ajustar a estratégia de gestão de riscos para refletir essas mudanças é vital. Uma estratégia rígida e imutável pode deixar a organização vulnerável a novos riscos e desafios imprevistos.
Para ilustrar isso, vamos examinar uma abordagem na área de segurança corporativa, especialmente em um contexto em que as condições de segurança e riscos podem mudar rapidamente:
O CRO necessita avaliar continuamente o ambiente de negócios.
Este exemplo demonstra a natureza dinâmica e responsiva da estratégia de gestão de riscos. O CRO não apenas identifica e responde a riscos, mas também prevê possíveis desafios futuros e se prepara para eles. A capacidade de transformar informações complexas em relatórios claros e ações oportunos é uma habilidade chave neste processo, permitindo que a organização mantenha sua resiliência e alinhamento com seus objetivos, mesmo diante de mudanças rápidas e imprevistas no ambiente de negócios.
IV - Conhecimento sobre o mercado assegurador
Embora o gestor de riscos não precise ser um especialista em seguros, é importante que ele compreenda como o mercado de seguros funciona e quais ferramentas estão disponíveis para a transferência (compartilhamento) ou mitigação de riscos.
O seguro é uma ferramenta chave no gerenciamento de riscos, proporcionando uma rede de segurança financeira para empresas em caso de eventos adversos.
Um exemplo prático é a gestão de riscos de desastres naturais. Um gestor de riscos informado poderá trabalhar com especialistas em seguros para identificar as melhores opções de cobertura para a empresa.
Além disso, o CRO deve entender como a sinistralidade afeta a capacidade da empresa de obter cobertura. Por exemplo, se a empresa tiver um histórico de grandes sinistros, pode ser mais difícil obter cobertura, ou a cobertura pode ser mais cara. Por outro lado, se a empresa tiver um bom histórico de gestão de riscos e poucos sinistros, pode ser capaz de negociar taxas de prêmio mais baixas.
A capacidade de entender e orientar uma variedade de disciplinas técnicas e ferramentas ajuda a criar gestores de riscos com uma visão mais ampla e holística, capazes de trazer valor real para suas organizações. Na próxima parte deste artigo, veremos como essas competências são aplicadas na prática, focando em relatórios e análises de riscos para apoio à tomada de decisão.
V - Roteiro simplificado para se tornar um gestor de riscos
No mundo empresarial em constante evolução, o papel do gestor de riscos (CRO) tornou-se indispensável para garantir a estabilidade, o crescimento e a resiliência das organizações. A jornada para se tornar um CRO efetivo pode ser complexa e cheia de desafios, especialmente para profissionais jovens com menos de 5 anos de experiência. No entanto, com orientação adequada e um roteiro claro, essa meta é perfeitamente alcançável. Nesta seção, forneceremos um guia passo a passo que servirá como um roteiro para ajudar profissionais jovens e ambiciosos a trilhar um caminho de sucesso para se tornarem grandes CROs.
Lembre-se, tornar-se um CRO eficaz é uma jornada que requer dedicação, aprendizado contínuo e prática. Com o tempo e a experiência, você estará bem posicionado para assumir o papel de CRO e ajudar sua organização a navegar com sucesso pelos riscos e incertezas do mundo dos negócios.
Transforme o sucesso profissional em uma jornada, não um ponto da sua carreira.
Conclusão: o papel crítico do Chief Risk Officer
Este artigo explorou o papel multifacetado do CRO e o vasto conjunto de habilidades e conhecimentos necessários para cumprir esse papel com eficácia. Desde a tomada de decisões em meio a incertezas até a identificação de oportunidades e controle de riscos, a gama de responsabilidades do CRO é extensa e de grande importância estratégica.
Além de suas tarefas operacionais, o CRO contribui significativamente para o alcance dos objetivos organizacionais, fortalecendo a resiliência e a capacidade da empresa de navegar com sucesso no ambiente de negócios sempre desafiador e em constante mudança.
O CRO precisa ser versado em uma variedade de disciplinas, incluindo teoria da decisão, teoria dos jogos, legislação, idiomas, regulamentação, economia, finanças, tecnologia da informação e cibersegurança. Ele precisa entender a continuidade dos negócios e a recuperação de desastres, além de ter conhecimento sobre o mercado de seguros.
Ao contrário do que se poderia pensar, o CRO não precisa ser um especialista em todos esses campos. No entanto, um conhecimento abrangente é essencial para que o CRO possa orientar e gerir corretamente os riscos corporativos, trabalhar em conjunto com especialistas nessas áreas, apoiar e tomar decisões informadas.
A gestão de riscos não é apenas sobre evitar perdas; é também sobre identificar oportunidades. Um CRO competente pode desempenhar um papel crucial no crescimento e desenvolvimento de uma organização, ajudando a identificar oportunidades, tomar decisões informadas e mitigar riscos.
Em suma, o CRO é um pilar estratégico para qualquer organização moderna que aspira não apenas sobreviver, mas prosperar em um mundo incerto e cheio de riscos. Através da compreensão aprofundada dos princípios e processos da gestão de riscos, o CRO contribui para o alcance dos objetivos estratégicos da organização, aumentando assim as chances de sucesso e a resiliência no longo prazo.