Pessoas têm diferentes estilos de aprendizagem e compreensão, algumas são mais visuais, outras se conectam melhor com abordagens matemáticas, enquanto algumas preferem explicações mais abstratas ou etéricas.
Reconhecendo essa diversidade, decidimos criar uma analogia entre a gestão de riscos e a tabela periódica. Esta comparação visa facilitar a compreensão de conceitos complexos de gestão de riscos para aqueles que talvez vejam mais clareza em estruturas científicas bem estabelecidas, como a tabela periódica.
Através desta analogia, esperamos tornar o campo da gestão de riscos mais acessível e compreensível, permitindo que diferentes tipos de pensadores apreciem e apliquem essas práticas em suas atividades.
Aprofundando a analogia entre a tabela periódica e os conceitos, termos, definições e vocabulário utilizado na gestão de riscos conforme as normas ISO, podemos explorar mais detalhadamente como os elementos desses dois sistemas são organizados e funcionam de maneira estruturada e sistemática.
Estrutura organizacional detalhada
1. Elementos e átomos (Tabela Periódica) vs. elementos e componentes (Gestão de Riscos):
Elementos químicos: Cada elemento na tabela periódica, como o hidrogênio, oxigênio ou ferro, possui um conjunto de propriedades químicas e físicas que definem suas reações e combinações com outros elementos.
Elementos de risco: Na gestão de riscos, elementos como ameaças, oportunidades, fontes de risco, eventos, consequências e a própria probabilidade de ocorrência desses eventos, funcionam de maneira similar. Cada um desses elementos possui características que determinam como os riscos são identificados, analisados e gerenciados.
2. Períodos e grupos (Tabela Periódica) vs. fases e categorias (Gestão de Riscos):
Períodos e grupos: Na tabela periódica, elementos são organizados em períodos (linhas) que representam os níveis de energia dos elétrons e grupos (colunas) que compartilham propriedades químicas similares.
Fases e categorias de risco: As normas ISO organizam o processo de gestão de riscos em fases distintas (contextualização, identificação, análise, avaliação, tratamento, monitoramento e revisão) e categorias de risco (estratégico, operacional, financeiro, etc.). Cada fase e categoria agrupa práticas e considerações com características similares.
Figura 1: Gestão de Riscos: Semelhanças com a Tabela Periódica.
Aplicação e função das Normas da Família ISO 31000
ISO 31000: Serve como a "tabela periódica" da gestão de riscos, oferecendo um framework abrangente que detalha todos os componentes essenciais da gestão de riscos, orientando as organizações na implementação de uma gestão de riscos efetiva.
ISO 31050: Foca em riscos emergentes, semelhante ao descobrimento de novos elementos na química, introduzindo metodologias para lidar com riscos não completamente entendidos ou novos no ambiente de negócios.
ISO 31010: Proporciona técnicas para a análise de risco, como análise de cenários, o que é análogo a métodos experimentais na química que exploram as propriedades e reações dos elementos.
ISO 31073: Estabelece um vocabulário comum em gestão de riscos, garantindo que todos na organização "falem a mesma língua", similar à nomenclatura padronizada usada na química para garantir consistência e precisão.
ISO 31022: Gestão de Riscos Legais: Foca na identificação, avaliação e tratamento de riscos legais que podem afetar a organização, operando como um mecanismo de defesa preventiva, similar ao papel de elementos químicos estabilizadores em reações. Esta norma ajuda as organizações a compreenderem e gerenciarem os riscos legais de maneira proativa, minimizando a exposição a litígios e sanções, e assegurando a conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. A ISO 31022 orienta sobre como integrar a gestão de riscos legais no framework mais amplo de gestão de riscos, promovendo uma abordagem holística que protege a integridade e o valor da organização no mercado.
Handbook 31000: 2023: Funciona como o manual de instruções para a aplicação prática da "tabela periódica" da gestão de riscos, oferecido pela família ISO 31000. Este handbook proporciona orientações detalhadas e práticas para a implementação efetiva das normas de gestão de riscos em organizações de todos os tamanhos e setores. Detalhando passo a passo, com exemplos e estudos de caso, o Handbook 31000: 2023 esclarece como aplicar os princípios, o framework e os processos de gestão de riscos estabelecidos na ISO 31000. Este recurso é especialmente valioso para tornar os conceitos de gestão de riscos acessíveis e aplicáveis, mesmo para aqueles que não são especialistas no campo, e oferece ferramentas eficazes para cultivar uma cultura de gestão de riscos resiliente e adaptável dentro das organizações, análogo a um guia de laboratório que auxilia cientistas na aplicação prática de teorias químicas complexas.
Figura 2: Importante desenvolver abordagem estruturada e sistemática na gestão de riscos.
Conclusão
Esta analogia ajuda a ilustrar a importância de uma abordagem estruturada e sistemática tanto na química quanto na gestão de riscos.
Assim como os químicos dependem da tabela periódica para entender como os elementos interagem e formam compostos, os gestores de riscos utilizam as normas ISO para identificar, analisar, avaliar e tratar riscos de forma eficiente, assegurando que as organizações possam alcançar seus objetivos enquanto minimizam perdas potenciais.
Ambos os sistemas, embora aplicados em contextos diferentes, facilitam o entendimento profundo e a aplicação prática dentro de seus respectivos campos.