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Como alinhar percepções de risco em equipes multifuncionais: um guia prático

Como alinhar percepções de risco em equipes multifuncionais: um guia prático

Muitas organizações se deparam com o desafio de uma equipe multifuncional dividida em relação às percepções de risco. Essa divergência, se não tratada, pode comprometer a capacidade da empresa de tomar decisões eficazes e alavancar as oportunidades que o ambiente de negócios oferece. Alinhar todos os membros em direção a um objetivo comum não é apenas uma questão de consenso, mas um esforço estratégico que envolve compreensão profunda do contexto, comunicação clara e engajamento constante de todos os envolvidos.

Neste artigo, exploraremos como as normas ISO 31000 e ISO 31050 oferecem diretrizes robustas para promover esse alinhamento, desde o estabelecimento do contexto e dos objetivos até a implementação de uma cultura de monitoramento e revisão contínua. Vamos abordar ferramentas práticas para a análise de riscos, a definição do apetite ao risco e a importância de uma comunicação estruturada, para garantir que todos os membros da equipe estejam alinhados rumo ao sucesso coletivo da organização.

 

Entendimento do contexto e objetivos

 

O primeiro passo para alinhar percepções de risco é assegurar que todos os membros da equipe compreendam o contexto e os objetivos estratégicos da organização. As normas ISO 31000 e ISO 31050 enfatizam a importância de definir claramente o contexto em que a organização está inserida, considerando fatores internos e externos que impactam seus objetivos. Esse entendimento conjunto ajuda a equipe a identificar e avaliar os riscos de forma coerente e alinhada aos objetivos.

Além disso, garantir que a gestão de riscos esteja integrada aos processos de planejamento estratégico é essencial para que todos saibam como suas atividades individuais e departamentais contribuem para os objetivos gerais. Um entendimento compartilhado cria uma base sólida para que todos possam avaliar os riscos com base em um critério comum, reduzindo as divergências de percepção e aumentando a eficácia do processo de tomada de decisão.

 

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Comunicação e consulta para alinhar percepções de risco

 

A ISO 31000 destaca a importância da comunicação e consulta como elementos-chave para alinhar percepções de risco. Promover sessões de comunicação aberta é fundamental para garantir que todas as partes interessadas possam compartilhar suas visões, compreender os riscos e alinhar suas expectativas. Essas sessões também permitem identificar potenciais conflitos e oportunidades de sinergia entre as áreas, fortalecendo o compromisso coletivo com os objetivos de risco da organização.

A consulta envolve ouvir ativamente as partes interessadas e considerar suas opiniões no processo de análise e tomada de decisão. Essa abordagem não só promove um entendimento mais amplo dos riscos como também estimula a colaboração e o comprometimento das equipes, que se sentem mais engajadas e representadas no processo.

 

Utilização de ferramentas de análise de riscos (ISO 31010)

 

Para promover uma avaliação de risco eficaz e alinhada, é essencial utilizar ferramentas de análise estruturadas, como aquelas descritas na ISO 31010. Metodologias como a análise de cenários e o brainstorming controlado ajudam a garantir que todas as áreas possam expressar suas percepções de risco de maneira organizada e imparcial. Essas ferramentas permitem uma visão compartilhada dos riscos, evitando que preconceitos individuais influenciem desproporcionalmente o processo.

Ao envolver diferentes perspectivas em um formato estruturado, é possível alinhar as diferentes áreas em torno de um critério de risco comum, favorecendo uma compreensão mais ampla dos riscos e seu impacto potencial sobre os objetivos da organização. Isso também contribui para a tomada de decisões que são mais fundamentadas e alinhadas ao planejamento estratégico.

 

Capacidades de tolerância ao risco e responsabilidades (ISO 31050)

 

A ISO 31050 enfatiza a importância de definir claramente as capacidades de tolerância ao risco da organização. Isso envolve estabelecer até onde a organização está disposta a se expor a riscos em busca de oportunidades, e garantir que todos os membros da equipe compreendam esses limites. Dessa forma, é possível evitar comportamentos que possam comprometer a organização e alinhar as ações de cada área com os objetivos de risco.

Além disso, a definição clara de responsabilidades é essencial para garantir que cada membro da equipe saiba qual é seu papel no processo de gestão de riscos. Quando todos compreendem suas responsabilidades, cria-se uma cultura de responsabilização e engajamento, que contribui para o fortalecimento da gestão de riscos e para o alinhamento das percepções dentro da organização.

 

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Monitoramento e revisão contínuos

 

A gestão de riscos é um processo dinâmico e evolutivo, e é fundamental estabelecer mecanismos de monitoramento e revisão contínuos para assegurar que as percepções de risco permaneçam alinhadas aos objetivos da organização. A ISO 31000 recomenda que as organizações implementem processos para revisar regularmente os riscos identificados, monitorar as medidas de controle e avaliar a eficácia das respostas aos riscos.

Esses processos de monitoramento não apenas garantem que o alinhamento seja mantido, mas também permitem ajustes à medida que o contexto organizacional ou o ambiente externo muda. A revisão contínua proporciona uma visão clara de como a gestão de riscos está contribuindo para o alcance dos objetivos, garantindo que a equipe permaneça focada e alinhada.

 

A Importância do perfil de apetite ao risco

 

Uma estrutura formal de apetite ao risco é essencial para guiar as decisões estratégicas da organização. Quando essa estrutura está ausente ou desatualizada, há um risco significativo de que as decisões tomadas sejam desalinhadas com as expectativas e objetivos estratégicos da empresa. A ISO 31000 e a ISO 31050 fornecem orientações sobre como estabelecer e manter um perfil de apetite ao risco que seja coerente com as metas e objetivos organizacionais.

Garantir que o apetite ao risco esteja claramente definido e compreendido por todos é fundamental para que cada área possa atuar de acordo com os limites estabelecidos, evitando exposições desnecessárias e contribuindo para uma gestão mais eficaz e coordenada dos riscos.

 

Ajustando o apetite ao risco à realidade organizacional

 

Para que o apetite ao risco esteja verdadeiramente alinhado à realidade da organização, é necessário envolver as partes interessadas de todos os níveis no processo de ajuste e revisão. Workshops e consultas interdepartamentais ajudam a garantir que o apetite ao risco reflita as necessidades operacionais e as condições de mercado. Isso permite que a estrutura de apetite ao risco seja atualizada de forma colaborativa e precisa.

Além disso, é importante utilizar análises de dados e ferramentas preditivas para identificar discrepâncias entre o apetite ao risco declarado e a prática. Ao ajustar continuamente o apetite ao risco à medida que novos dados e condições de mercado surgem, a organização consegue manter suas decisões estratégicas em sintonia com sua capacidade de tolerar riscos e suas metas de longo prazo.

 

Conclusão

 

Alinhar as percepções de risco em uma equipe multifuncional é um desafio que requer uma abordagem estruturada e colaborativa. A aplicação das normas ISO 31000 para gestão de riscos tradicionais e ISO 31050 - que complementa a ISO 31000 - para gestão de riscos emergentes, pode ajudar a superar as divergências e garantir que todos os membros da equipe estejam trabalhando em direção ao mesmo objetivo, promovendo uma compreensão clara dos riscos e das responsabilidades envolvidas.

 

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A gestão de riscos deve ser encarada como um processo contínuo, que se ajusta à medida que o contexto da organização evolui. Ao promover um ambiente de comunicação aberta, utilizar ferramentas adequadas de análise e manter o apetite ao risco atualizado, é possível fortalecer o alinhamento da equipe e assegurar uma gestão de riscos eficaz e orientada para o sucesso coletivo da organização.